Sobre a
incompreensibilidade de Deus ( João Crisóstomo – Séc. IV)
Numinoso
- experiência fundadora. Mysterium
tremendum et fascinans. Terrificante e atraente, somos ao mesmo tempo atraídos
e rechaçados.
Estar
estupefato ou maravilhado tanto pode significar a admiração estética, quanto a
sensação de aniquilamento.
Temor -
sentimento específico suscitado pelo “numinoso”. Sua Presença leva-nos a fugir.
Para evitá-lo é cômodo ter belas idéias a respeito de Deus. Do mesmo modo que
os míopes imaginam espaços infinitos ao alcance da mão, idólatras fabricam
“deuses bonzinhos” ao alcance do coração humano.
A
grandeza do Ser divino é tal que permanece existencialmente intolerável
(aphoron).
A
sensação de uma Presença que, para nos abrir a Ela, começa por nos quebrar.
Mesmo
quando Deus usa sua condescendência, é a Sua visão “que os anjos não conseguem
suportar”.
O Anjo é
o primeiro e ínfimo degrau do Terrível.
Uma
existência “Completamente Outra”.
E uma
existência “Precisamente Aqui”.
É a
própria proximidade do Inacessível que torna sua presença intolerável. O
“Completamente Outro, Precisamente Aqui” poderia nos esmagar. Esta é a Presença
de Deus.
Mas como
Isto não é o que dá satisfação, é o
Precisamente Aqui que nos“ faz falta”. Exatamente onde se esperava encontrar o
Ser pleno: Nada.
Então não
só a terra falta a nossos pés, o Sentido falta a nossa mente, a palavra falta a
nossa língua, o Ser falta a nosso apelo, o Ser faz falta... Deus não está
ausente, ele é a Ausência.
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Mas este
“Completamente Outro” é irradiante. Quer
dar-Se. Mas aos seres que renunciam a apropriar-se dele, pq o Completamente
Outro Precisamente Aqui não se deixa pensar, não se deixa compreender, seja
pelos corpos, mentes ou afetos.
E oferece
resistência infinita à Sua assimilação por um sujeito que tende a reduzi-lo à
sua própria identidade. Seu dar-Se é apofático.
As
definições da Presença se dão pelo alfa privativo (a-): “o Transcendente só
pode servir-se da linguagem ao consumi-la”:
Aoratos - invisível
Arretos
- indizível
Anekdiegetos
–inenarrável
Anescereunietos
– insondável
Anescikniastos
– impenetrável
Aperinoutos
– inconcebível
Aperigraptos
- incircunscrevível
Askematisos
- inconfigurável
Atheatos
- incontemplável
Aphatos -
inefável
A Seu
respeito só podemos conhecer sua ex-istência e manifestações.” Ex- sistere, seu
Ser do “lado de fora”.
Paradoxo
do Real: infinitamente próximo e sempre inacessível. Então, é preciso refutar a pretensão ao conhecimento
e afirmar a possibilidade da Experiência.
O que é
invisível pela Natureza torna-se visível pelas Energias. Não podemos
aproximar-nos de sua inacessível essência, mas as energias vêm ao nosso
encontro.
Essa
Energias, inseparáveis da Essência incompreensível, Daquilo Sobre o Qual Nada
Pode Ser Dito, são o Filho e o Espírito Santo.
Cristo e
Maria.
Arquétipos.
E companheiros.
Teólogo
não é o que especula, mas o que reza.
(Jean-Yves
Leloup – Os Padres do Deserto)
Te
interessa isto? Hum?
Te
interessam as chaves internas que viraram aqui dentro na compreensão do Reino
Animal, com o caso do Instituto Royal?
Te
interessa saber a história do projeto cósmico em que a Terra está inserida? Que
uma incalculável quantidade de petróleo foi descoberta em Órion e daí?
Te
interessa a palavra oração? Adoração? Rendição? Vê? A troco de que eu preciso
encher a paciência dos meus com isto? Poupo-os.
Não sei o
que dizer além de que as vidas externas se desconectam, mas as internas
permanecem, porque substância não morre. Quem é só externalizado, reclama. Mas
esse é um problema que não me cabe resolver.
E não
será um “Lindaaaaa!” em foto de facebook de Alice que dirá do meu amor por ela.
Amor que espera. Ao contrário da impaciência do seu, que quer criar uma Alice a
todo custo, à sua imagem e semelhança.
Mas,
enfim, de Amor ambos não sabemos nada,
só essa coisa idiota de amor pessoal, conflito pessoal, alegria pessoal. Vc é
mais forte que eu. Eu cansei.
Boa
semana, meu amigo. Estamos bem.
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