quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Me diz Norma do meu reclamo

Sobre a incompreensibilidade de Deus ( João Crisóstomo – Séc. IV)
Numinoso -  experiência fundadora. Mysterium tremendum et fascinans. Terrificante e atraente, somos ao mesmo tempo atraídos e rechaçados.
Estar estupefato ou maravilhado tanto pode significar a admiração estética, quanto a sensação de aniquilamento.
Temor - sentimento específico suscitado pelo “numinoso”. Sua Presença leva-nos a fugir. Para evitá-lo é cômodo ter belas idéias a respeito de Deus. Do mesmo modo que os míopes imaginam espaços infinitos ao alcance da mão, idólatras fabricam “deuses bonzinhos” ao alcance do coração humano.
A grandeza do Ser divino é tal que permanece existencialmente intolerável (aphoron).
A sensação de uma Presença que, para nos abrir a Ela, começa por nos quebrar.
Mesmo quando Deus usa sua condescendência, é a Sua visão “que os anjos não conseguem suportar”.
O Anjo é o primeiro e ínfimo degrau do Terrível.
Uma existência “Completamente Outra”.
E uma existência “Precisamente Aqui”.
É a própria proximidade do Inacessível que torna sua presença intolerável. O “Completamente Outro, Precisamente Aqui” poderia nos esmagar. Esta é a Presença de Deus.
Mas como Isto não é o que  dá satisfação, é o Precisamente Aqui que nos“ faz falta”. Exatamente onde se esperava encontrar o Ser pleno: Nada.
Então não só a terra falta a nossos pés, o Sentido falta a nossa mente, a palavra falta a nossa língua, o Ser falta a nosso apelo, o Ser faz falta... Deus não está ausente, ele é a Ausência.
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Mas este “Completamente Outro” é irradiante.  Quer dar-Se. Mas aos seres que renunciam a apropriar-se dele, pq o Completamente Outro Precisamente Aqui não se deixa pensar, não se deixa compreender, seja pelos corpos, mentes ou afetos.
E oferece resistência infinita à Sua assimilação por um sujeito que tende a reduzi-lo à sua própria identidade. Seu dar-Se é apofático.
As definições da Presença se dão pelo alfa privativo (a-): “o Transcendente só pode servir-se da linguagem ao consumi-la”:
Aoratos  - invisível
Arretos -  indizível
Anekdiegetos –inenarrável
Anescereunietos – insondável
Anescikniastos – impenetrável
Aperinoutos – inconcebível
Aperigraptos -  incircunscrevível
Askematisos -  inconfigurável
Atheatos -  incontemplável
Aphatos - inefável
A Seu respeito só podemos conhecer sua ex-istência e manifestações.” Ex- sistere, seu Ser do “lado de fora”.
Paradoxo do Real: infinitamente próximo e sempre inacessível.  Então, é preciso refutar a pretensão ao conhecimento e afirmar a possibilidade da Experiência.
O que é invisível pela Natureza torna-se visível pelas Energias. Não podemos aproximar-nos de sua inacessível essência, mas as energias vêm ao nosso encontro.
Essa Energias, inseparáveis da Essência incompreensível, Daquilo Sobre o Qual Nada Pode Ser Dito, são o Filho e o Espírito Santo.
Cristo e Maria.
Arquétipos. E companheiros.
Teólogo não é o que especula, mas o que reza.
(Jean-Yves Leloup – Os Padres do Deserto)
Te interessa isto? Hum?
Te interessam as chaves internas que viraram aqui dentro na compreensão do Reino Animal, com o caso do Instituto Royal?
Te interessa saber a história do projeto cósmico em que a Terra está inserida? Que uma incalculável quantidade de petróleo foi descoberta em Órion e daí?
Te interessa a palavra oração? Adoração? Rendição? Vê? A troco de que eu preciso encher a paciência dos meus com isto? Poupo-os.
Não sei o que dizer além de que as vidas externas se desconectam, mas as internas permanecem, porque substância não morre. Quem é só externalizado, reclama. Mas esse é um problema que não me cabe resolver.
E não será um “Lindaaaaa!” em foto de facebook de Alice que dirá do meu amor por ela. Amor que espera. Ao contrário da impaciência do seu, que quer criar uma Alice a todo custo, à sua imagem e semelhança.
Mas, enfim,  de Amor ambos não sabemos nada, só essa coisa idiota de amor pessoal, conflito pessoal, alegria pessoal. Vc é mais forte que eu. Eu cansei.


Boa semana, meu amigo. Estamos bem.

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