terça-feira, 23 de outubro de 2012

de hoje



dois carreiros não bebem
água no mesmo pote.
e por mais que a vida
espreite a vida,
o que vejo nestes pastos
é morte.

são meus olhos, eu sei.
aresto de cangalha,
curso dágua, amarreta,
calabrote.
vazio de emboscada
no imprevisto do bote.

desde sempre vale
o quanto carrega cada:
o brio, o porte, o arrepio
no cangote.

eu nasci pra ser carreiro
apartado da manada.
meus irmãos, pobres bezerros,
morreram gado de corte.
(fabrízio morelo, 24/10/2012)

Um comentário:

  1. eu nasci pra ser carreiro
    apartado da manada.
    meus irmãos, pobres bezerros,
    um mesmo cocho e mais nada.

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