sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Carta aberta


Pra ser mané sem lage, amarildo, tem que fazer de aniceto acetona. E não existe a menor possibilidade do beicinho colar nessa barba estopa.
E porque não sei desenhar, escrevo de novo:
A ti não devo desculpas, mesmo que não haja nisso qualquer mérito.
Podia até sustentar um muito pelo contrário - se nos sobrasse tempo, ou você topasse a brincadeira.
Nunca te desrespeitei, sempre te tratei como irmão, dividi contigo o que tenho de mais importante. E só te esfrego na cara porque não encontrei ocupação. Literis.
achei profundamente desagradável essa sua postura com a Valeska. Você tem que somos seus amigos e sempre seremos, mas não somos seus serviçais, a nao ser, é claro, que você que seja extremamente necessário que ajamos assim.
Você pode achar a nossa vidinha medíocre - sei lá - mas é nossa vida e você será sempre bem recebido entre nós, desde que nos respeite.
(...)
Você, que é meio pateta e não perde a mania de pegar o bonde andando, corre os riscos.  Então vá cuidar da sua vida. E cuida de que faço parte dela.

Brasília, 30 de julho de 2011

Eu sou muito pobre, sou dependente. É muita cara de pau colocar dinheiro no meio dessa história. Ainda que há muito você já tenha desistido, sob meus protestos mais veementes, diga-se.
Quando desses protestos seu irmão, Eliasar, sempre veio em sua defesa. Tentando me convencer, sem sucesso, que seu trato era café-com-leite. Sempre achei desperdício. Vagabundagem mesmo. Mas vá lá, passei a romantizar essa vagabundagem, porque se ela fosse séria, ainda que a gente ficasse, como ficou, sem sua poesia, havia algo de corajoso aí.
Mas você acaba de me dizer que não. Que é muito pobre, porém limpinho, como se higiene fosse mais que uma obrigação social. Como se dignidade pudesse ser minimamente medida na régua de quem se defende tirando o cu da reta (não é você quem decide, não é mesmo?).
Você pode continuar com esse discursinho de que eu não te trato como um igual (talvez porque não dava ouvidos aos nossos amigos, porque não te tratava como café-com-leite). Provavelmente você até tem razão em dizer que eu me acho mais esperto do que sou.
Mas, se o seu irmão Eliasar se colocou como candidato;
se ele de fato levou sua mulher e seus filhos ao seu clubinho pra se colocar como candidato;
se esse mesmo clubinho não o recusou;
se depois houve uma combinação desse clubinho com o clubinho dos outros. Se dessa decisão ele não participou, nem ficou sabendo, ainda que eu não seja um “grande pensador político” vejo claramente a desonestidade e a indignidade desse movimento.
Você tem idéia do tanto que magoou o Eliasar?
Mas tudo bem, você é tão pobre, tão dependente. Eu tão arrogante. Mereço mesmo, em tratamento, sabendo muito bem você que eu sou, ser excluído de suas relações, perder o direito a voz, a voto. Provavelmente esse foi o castigo mais brando que te ocorreu. Principalmente se você pesar, por experiência, a relevância que o PT de Tocantins teve na administração em que se elegeu. A voz que você e aqueles que você elegeu pra defender tinham. Anos de glória. Não tinha Orkut pra te negarem a voz e faziam isso na velha ignorância mesmo.
Quem vai te carregar é ele seu babaca, se você fizer mais essa deselegância de morrer antes.
Quanto a mim, já que me parece que isso você pode decidir sozinho, até lá você pode me evitar. Faz tempo que vem ensaiando sublinhar umas diferenças comigo. Me deixe lá na prateleira das preguiças, ao lado dos seus projetos deixados de lado.
Estarei à mão pra quando for a hora.
fabrízio morelo
Brasília, 09/12/2011

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