Pra
ser mané sem lage, amarildo, tem que fazer de aniceto acetona. E não existe a
menor possibilidade do beicinho colar nessa barba estopa.
E porque
não sei desenhar, escrevo de novo:
A ti não devo desculpas, mesmo que não
haja nisso qualquer mérito.
Podia até sustentar um muito pelo
contrário - se nos sobrasse tempo, ou você topasse a brincadeira.
Nunca te desrespeitei, sempre te tratei
como irmão, dividi contigo o que tenho de mais importante. E só te esfrego na
cara porque não encontrei ocupação. Literis.
achei profundamente desagradável essa sua postura com a Valeska. Você
tem que somos seus amigos e sempre seremos, mas não somos seus serviçais, a nao
ser, é claro, que você que seja extremamente necessário que ajamos assim.
Você pode achar a nossa vidinha medíocre - sei lá - mas é nossa vida e
você será sempre bem recebido entre nós, desde que nos respeite.
(...)
Você, que é meio pateta e não perde a
mania de pegar o bonde andando, corre os riscos. Então vá cuidar da sua vida. E cuida de que
faço parte dela.
Brasília,
30 de julho de 2011
Eu sou muito pobre, sou dependente. É muita
cara de pau colocar dinheiro no meio dessa história. Ainda que há muito você já
tenha desistido, sob meus protestos mais veementes, diga-se.
Quando
desses protestos seu irmão, Eliasar, sempre veio em sua defesa. Tentando me
convencer, sem sucesso, que seu trato era café-com-leite. Sempre achei
desperdício. Vagabundagem mesmo. Mas vá lá, passei a romantizar essa
vagabundagem, porque se ela fosse séria, ainda que a gente ficasse, como ficou,
sem sua poesia, havia algo de corajoso aí.
Mas você
acaba de me dizer que não. Que é muito pobre, porém limpinho, como se higiene
fosse mais que uma obrigação social. Como se dignidade pudesse ser minimamente
medida na régua de quem se defende tirando o cu da reta (não é você quem decide,
não é mesmo?).
Você pode
continuar com esse discursinho de que eu não te trato como um igual (talvez porque
não dava ouvidos aos nossos amigos, porque não te tratava como café-com-leite).
Provavelmente você até tem razão em dizer que eu me acho mais esperto do que
sou.
Mas, se o
seu irmão Eliasar se colocou como candidato;
se ele de
fato levou sua mulher e seus filhos ao seu clubinho pra se colocar como
candidato;
se esse
mesmo clubinho não o recusou;
se depois
houve uma combinação desse clubinho com o clubinho dos outros. Se dessa decisão
ele não participou, nem ficou sabendo, ainda que eu não seja um “grande
pensador político” vejo claramente a desonestidade e a indignidade desse
movimento.
Você tem
idéia do tanto que magoou o Eliasar?
Mas tudo
bem, você é tão pobre, tão dependente. Eu tão arrogante. Mereço mesmo, em
tratamento, sabendo muito bem você que eu sou, ser excluído de suas relações,
perder o direito a voz, a voto. Provavelmente esse foi o castigo mais brando
que te ocorreu. Principalmente se você pesar, por experiência, a relevância que
o PT de Tocantins teve na administração em que se elegeu. A voz que você e
aqueles que você elegeu pra defender tinham. Anos de glória. Não tinha Orkut pra
te negarem a voz e faziam isso na velha ignorância mesmo.
Quem vai
te carregar é ele seu babaca, se você fizer mais essa deselegância de morrer
antes.
Quanto a
mim, já que me parece que isso você pode decidir sozinho, até lá você pode me
evitar. Faz tempo que vem ensaiando sublinhar umas diferenças comigo. Me deixe
lá na prateleira das preguiças, ao lado dos seus projetos deixados de lado.
Estarei à
mão pra quando for a hora.
fabrízio
morelo
Brasília,
09/12/2011
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