sexta-feira, 1 de março de 2013

poemas de Luis Turiba


DOIS POEMAS DE UM POETA ARDENTE



Com os parafusos a mil

Comigo me desavim
Era humano, hoje verso
Se sigo meu estopim
Nem as paredes confesso

Tenho os olhos vermelhos
Dos poetas solitários
Das veias faço novelo
A plenos pulmões canários

Nem a vidente cigana
Evidentemente ardente
Eu sou o que sou: bacana
Tenho frias costas quentes

Ando tão à flor da pele
Com meus parafusos a mil
Me Love mas não me leve
Pátria amada ó mãe gentil

Não presto mas eu te amo
Nosso namoro é uma festa
Eita!! Que amor profano
Uma revolução seresta

Vida louca vida breve
Metamorfose ambulante
Tenho o coração em greve
Mas sonhos de navegante


JATOBÁ-REI

1
Juba de leão
Corpo de elefante
Raízes intensas
Galhos parabólicos:
O jatobá-rei
É a consciência
Da floresta,
São seus olhos

2
Carrapatos me mordam
Macacos me molhem
Pica-paus me piquem
Peixes me pesquem
O jatobá-rei me olha
O jatobá-rei me cerca
Ouço suas súplicas
Sinto suas preces

3
Jatobá-rei é você
Quem me anoitece
Jatobá-rei sou seu
Quem te amanhece

4
O jatobá-rei
Não tem preço
Não tem família
Não tem dono
Nenhum mercado
Pode comprá-lo
Senhor nenhum
Lhe tira o sono

5
Jatobá-rei
É irmão de remo
Do velho poeta
Do rio menino

No Rancho Fundo
De olhar sereno
Meu desafio
É o teu destino


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